Dizem que as fotos falam e neste caso acreditamos que sim !
A comunidade do Condado sem caçambas para coleta do lixo ou coleta adequada por parte do ente público sofre com um lixão em formação bem na entrada, quase na cabeceira da ponte.
Será que nossos vereadores por estarem sob eleições próximas acreditam que estão isentos de seu trabalho? Será que os Administradores Públicos acreditam que por estarem próximos ao fim de seu mandato não carecem de cumprir com suas obrigações (as mais básicas) com a cidade que administra? Onde está a LOCANTY e seus serviços? Aliás serviços pagos e muito bem pagos...
Pois bem, os cidadãos estão vendo e vivenciando na pele o descaso e a total falta de cuidado que se acentua neste momento.
Insistimos a população não deseja circo, fotos nem carros de som. A população exige respeito! A população exige respeito com o dinheiro público e onde este está sendo aplicado. Com certeza neste caso ele não está sendo empregado. E... estamos falando de uma situação básica (coleta e destino correto do lixo de uma comunidade) cujos efeitos do descaso são os mais terríveis.
Estamos de olho e aguardando providências urgentes quanto a este problema que ao final é de todos nós.
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15 de ago. de 2012
7 de ago. de 2012
TCE -RELATÓRIO DE INSPEÇÃO ESPECIAL - PROCESSO: TCE-RJ No 236.224-7/11 ORIGEM: PREFEITURA MUNICIPAL DE PARATY
ÍNTEGRA DO RELATÓRIO DO TCE
TCE-RJ PROCESSO Nº
236.224-7/11 RUBRICA: FLS.: 2509
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO RIO DE
JANEIRO
GABINETE DO CONSELHEIRO JOSÉ
GOMES GRACIOSA
VOTO GC-2 90248/2012
PROCESSO:
|
TCE-RJ No 236.224-7/11
|
ORIGEM:
|
PREFEITURA MUNICIPAL DE PARATY
|
ASSUNTO:
|
RELATÓRIO DE INSPEÇÃO ESPECIAL
|
Trata o presente
processo de Relatório de Inspeção Especial, realizada na Prefeitura Municipal
de Paraty, no período de 24.10 a 25.11.2011, para apurar os fatos
consubstanciados na Denúncia formalizada no processo TCE-RJ nº 217.452-9/11, em
anexo.
A referida Denúncia relatava a ocorrência de graves
irregularidades na Tesouraria da Prefeitura, que, se confirmadas, poderiam
caracterizar um “esquema” montado para desvio de recursos financeiros do
Município. Dada a importância do fato, a Presidência desta Corte autorizou a
realização desta Inspeção Especial, cujos resultados atestam o desvio de
recursos da ordem de 260.004,04 UFIR-RJ, que atualizados, nesta data,
correspondem a R$ 591.561,19 (quinhentos e noventa e um mil, quinhentos e
sessenta e um reais e dezenove centavos), durante os exercícios de 2010 e 2011.
O esquema montado pelos fraudadores consistia, basicamente, em
sacar cheques da conta da Prefeitura diretamente “na boca do caixa”,
apossando-se de recursos advindos do recolhimento do Imposto sobre Serviços de
Qualquer Natureza – ISSQN, que eram lançados à menor nos registros do
“Movimento Diário de Tesouraria”.
Neste contexto, urge destacar que o Imposto sobre Serviços de
Qualquer Natureza – ISSQN tem como fato gerador a prestação, por empresa ou
profissional autônomo, com ou sem estabelecimento fixo, de serviço especificado
em lista, conforme previsto no capítulo II do Código Tributário do Município de
Paraty – Lei Municipal nº 001 de 31/12/1991.
Assim, a arrecadação do ISSQN dá-se por dois métodos:
- Por meio da rede bancária, nos termos da regulamentação da
legislação tributária municipal, com o suporte em acordos firmados com os
bancos, e - Mediante a retenção do imposto no momento do pagamento, nos casos
em que o Município contrata prestador de serviço cuja sede seja em outro
município.
A Equipe de Inspeção verificou que não há segregação contábil
entre o ISSQN arrecadado por meio da rede bancária daquele arrecadado mediante
retenção do imposto no pagamento direto aos prestadores de serviço. Assim, ante
a ausência de uma fonte de informação confiável e utilizando-se das informações
apuradas nos Movimentos Diários de Tesouraria, estima-se que aproximadamente
20% da arrecadação do ISSQN, referem-se à parcela arrecadada mediante a
retenção do imposto no pagamento aos prestadores de serviço, o que representa
uma arrecadação média anual da ordem de R$1.000.000,00 (um milhão) nos
exercício de 2010 e 2011 (até outubro).
Além desta forma de fraude, foi apurada a existência de outra
que permitia a ocorrência de retiradas ilegais mesmo não havendo a ocorrência
de qualquer tipo de retenções nos pagamentos efetuados.
Foram identificados débitos efetuados mediante o pagamento de
cheques ou autorizações de débito sem o respectivo processo de pagamento no
montante de R$24.360,00, sendo R$4.780,00 em 2010 e R$19.580,00 em 2011.
Por fim, verificou-se, ainda, o pagamento de dois cheques no
valor total de R$9.850,00 sem o devido registro no Movimento Diário de Tesouraria.
O débito total apurado pela Equipe de Inspeção encontra-se
no quadro abaixo, que atualizado pela UFIR de 2012 (2,2752) é de R$
591.561,19. Descrição
|
Valor em R$
|
Valor em UFIR-RJ
|
Registro a menor do ISSQN
|
509.820,23
|
241.576,33
|
Outros saques irregulares
|
29.220,00
|
13.814,56
|
Cheques pagos e não registrados
|
9.850,00
|
4.613,15
|
Total
|
548.890,23
|
260.004,04
|
Assim sendo, a Instrução conclui da forma como transcreve-se:
“3.1 - Que sejam consideradas ilegítimas e ilegais as
despesas elencadas a seguir, tendo em vista os comentários constantes do tópico
2.1 do Relatório.
3.2 - A
conversão do presente processo em Tomada de Contas ex officio, conforme dispõe
o art. 52 da Lei Complementar nº 63/90 c/c o parágrafo único do artigo 12 do
mesmo diploma legal.
Apuração de débito no montante de R$548.890,23, equivalente
a 260.004,04 UFIR-RJ, referente a diversas retiradas efetuadas nas contas
correntes da Prefeitura sem o correspondente processo de despesa
3.2.1 -
Despesas referentes a diversas retiradas das contas correntes da Prefeitura sem
o correspondente processo de formalização da despesa (tópico 2.1 do Relatório):
Descrição
|
Valor em R$
|
Valor em UFIR-RJ
|
Registro a menor do ISSQN
|
509.820,23
|
241.576,33
|
Outros saques irregulares
|
29.220,00
|
13.814,56
|
Cheques pagos e não registrados
|
9.850,00
|
4.613,15
|
Total
|
548.890,23
|
260.004,04
|
3.3.1 – Nos termos do Art. 62 da Lei Complementar nº 63/90,
caso os responsáveis sejam julgados em débito, poderá ainda esta Corte de
Contas aplicar-lhes multa de até 100% (cem por cento) vezes do dano causado ao
erário.
3.3.2 – Após o estabelecimento do direito à ampla defesa e
ao contraditório e considerando tratar-se de conduta altamente reprovável e
objetivando a asseverar maior rigor à Decisão com o intuito de tolher a
ocorrência desta prática nefasta, esta Corte poderá aplicar multa, com fulcro
no artigo 63, inciso III, aos responsáveis, independentemente da decisão que
venha determinar a reparação do dano ao erário, bem como independentemente de
futuro ressarcimento do débito atualizado.
3.5 - Notificação, nos termos do § 2º do art. 6º da
Deliberação TCE nº 204/96, na forma do artigo 26 e incisos do Regimento Interno
desta Corte de Contas, aprovado pela Deliberação TCE nº 167/92, em prazo a ser
fixado peloEgrégio Plenário, a Sra. Rosangela Reinalda Ramos, Diretora do
Departamento de Contabilidade da Prefeitura Municipal de Paraty, para que:
Apresente razões de defesa pela ausência do controle e não
efetivação de análises contábeis, omitindo-se ou abstendo-se em praticar
tempestivamente ação que lhe competia, em face de suas atribuições
profissionais previstas na Legislação – Decreto-Lei nº486/69, Decreto-Lei nº
9295/46, Resoluções do CFC nº 560/83 e nº 803/96 e art. 1182 da Lei nº
10.406/2002, conforme tópico 2.1 do Relatório, o que deu azo a não detecção da
utilização irregular da conta “CAIXA”, artifício utilizado para escamotear a
ocorrência de desvio de recursos da Prefeitura por longo período.
3.6 - Notificação, nos termos do § 2º do art. 6º da
Deliberação TCE nº 204/96, na forma do artigo 26 e incisos do Regimento Interno
desta Corte de Contas, aprovado pela Deliberação TCE nº 167/92, em prazo a ser
fixado pelo Egrégio Plenário, a Sr. André Inácio Magarão, Diretora do
Departamento de Controlador Geral do Município de Paraty, para que:
Apresente razões de defesa pelo fato não examinar a
integridade, adequação e eficácia dos controles internos no setor financeiro e
na arrecadação municipal, bem como os possíveis reflexos contábeis das
informações geradas por estas áreas, omitindo-se ou abstendo-se em praticar
tempestivamente ação que lhe competia, em face de suas atribuições
profissionais previstas na Legislação – Art. 54 da Lei Complementar nº 63/90 e
Art. 4º da Deliberação TCE nº 200/96, conforme tópico 2.1 do Relatório, o que
deu azo a não detecção da utilização irregular da conta “CAIXA”, artifício
utilizado para escamotear a ocorrência de desvio de recursos da Prefeitura por
longo período.
3.7 -
Comunicação, nos termos do § 1º do art. 6º da Deliberação TCE nº 204/96, na
forma do artigo 26 e incisos do Regimento Interno desta Corte de Contas,
aprovado pela Deliberação TCE nº 167/92, em prazo a ser fixado pelo Egrégio
Plenário, a empresa SMARAPD Informática Ltda., localizada no endereço: Rua
Aurora, 446, Vila Tibério, Ribeirão Preto - São Paulo - CEP: 14050-100 (Fonte:
www.smarapd.com.br), na pessoa de seus responsáveis, para que apresentem
esclarecimentos acerca das condições que permitiram a concretização das
irregularidades ocorridas na Prefeitura Municipal de Paraty, tendo os servidores
municipais se utilizado das funcionalidades do sistema informatizado por ela
fornecido, conforme tópico 2.1 do Relatório.
3.8 - Expedição de Ofício às unidades de Auditoria Interna
do Banco do Brasil e da Caixa Econômica, para ciência e providências cabíveis
relativamente à ocorrência de diversos saques irregulares em contas correntes
da Prefeitura de Paraty nas respectivas agências localizadas naquele município, considerando a possível inobservância à Lei
Federal nº 9.613, de 3 de março de 1998 e à Circular nº 3461, de 24 de julho de
2009, do COAF - Conselho de Controle de Atividades Financeiras, conforme tópico
2.1 do Relatório.
3.9 - Expedição de Ofício ao
Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro com cópia integral do presente
relatório.
3.10 – Pela realização de
Auditoria Governamental Extraordinária, prevista no art. 49, § 1º, alínea c do
Regimento Interno desta Corte de Contas, por meio de Inspeção, em todos os
Órgãos da Administração Municipal de Paraty, em especial no Fundo Municipal de Saúde.
Deverá ser abrangido o período de 2005 até o exercício em curso à época desta
Decisão (exceto o período de janeiro de 2010 a outubro de 2011 especificamente
quanto à Prefeitura, por já estar abordado no presente relatório), tendo por
objeto:
- Dar continuidade as
apurações objeto da denúncia formulada no processo TCE nº 217.452-9/11, em
especial quanto à avaliação dos controles internos de tesouraria e dos
procedimentos relacionados à retenção e ao registro contábil de impostos e
consignações.
- Realizar auditoria de
sistema com o objetivo apurar as condições de funcionamento e utilização do
software utilizado pela Prefeitura de Paraty, tendo em vista que as apurações
efetuadas demonstram indícios de que o sistema tenha sido de fato utilizado
como base para efetivação das irregularidades. As apurações deverão ainda, se
for o caso, o apurar o grau de participação e comprometimento da empresa
fornecedora do software e de seus responsáveis.
3.11 - Comunicação, nos
termos do § 1º do art. 6º da Deliberação TCE nº 204/96, na forma do artigo 26 e
incisos do Regimento Interno desta Corte de Contas, aprovado pela Deliberação
TCE nº 167/92, ao atual Prefeito de Paraty, Senhor José Carlos Porto Neto, da
decisão desta Corte, bem como para que:
3.11.1- Instaure Tomada de
Contas Especial, com fulcro no artigo 10 da Lei Complementar Estadual nº 63/90,
através do Órgão Central de controle interno - ou equivalente - em razão dos
fatos apontados no tópico 1.4.3 do presente Relatório de Inspeção, devendo-se
observar o disposto nos artigos 34 e 35 da Deliberação TCE nº 200/96, bem como
o contido nas Deliberações TCE números 165/92, 193/96 e 219/00 - alertando-o,
ainda, para o disposto no artigo 63, inciso IV, da Lei Complementar nº 63/90,
nos seguintes termos:
- Escopo - movimentos
diários de tesouraria dos dias 29/01/2010, 26/02/2010, 31/05/2010, 31/08/2010 e
30/06/2011.
- Objetivo – considerando que estes movimentos diários de
tesouraria apresentam diversos lançamentos atípicos e ajustes (como exemplo:
estornos de lançamento, retenções com sinal invertido etc.), não sendo possível
a comparação imediata entre o montante das despesas pagas com o respectivo
valor das retiradas bancárias, seguindo o esquema a seguir demonstrado:
Despesas Pagas
|
Retiradas Bancárias
|
||
(-) Retenções (ISS, IRRF, INSS, consignações etc)
|
(-) Ajustes (transferências, deduções de
receita etc)
|
||
= Valor líquido das Despesas Pagas
|
|
= Valor Líquido das Retiradas Bancárias
|
|
- Elaborar um demonstrativo evidenciando a conciliação
entre os processos pagos e as respectivas retiradas bancárias para estes dias,
discriminando no caso das despesas, os valores brutos, as retenções e os
valores líquidos para cada processo pago.
3.11.2 – Encaminhe os seguintes documentos e informações
relativamente às apurações da Comissão de Sindicância instaurada pela Portaria
nº 604/2011:
3.11.2.1 – Cópia dos relatórios e dos resultados das
apurações efetuadas no âmbito da sindicância e dos demais processos
administrativos e de tomada de contas dela decorrentes, informando ainda as
providências adotadas em cada caso.
3.11.2.2 – Cópia de todos os cheques e autorizações de
débitos listados no tópico 2.1 do Relatório, com a identificação dos responsáveis
pela respectiva emissão de cada documento.
3.11.3 - Cumpra as determinações a seguir elencadas,
alertando-o para o disposto no artigo 63, inciso IV, da Lei Complementar nº
63/90:
3.11.3.1 – Determinação para que sejam adotadas as
seguintes providências visando o adequado funcionamento do Órgão Central
de Controle Interno de acordo com sua missão institucional prevista no art. 74
da Constituição Federal, nos artigos 53 e 54 da Lei Complementar nº 63/90 e Lei
Municipal 547/07, em especial quanto à (Conforme tópico 2.1 do Relatório):
- Implantação de procedimentos para realização de inspeções
e auditorias no processo de arrecadação e registro das receitas municipais.
- Implantação de procedimentos de levantamento e avaliação
das rotinas de controles internos, em especial quanto aos controles de
tesouraria.
3.11.3.2 – Determinação para que sejam implantados
procedimentos de revisão e análise dos registros constantes na contabilidade,
em especial quanto à conta “CAIXA”, designando necessariamente um servidor
independente daquele encarregado de classificar e lançar os registros, de modo
a assegurar a correção dos lançamentos e do resultado das operações refletidas
nos demonstrativos contábeis, garantindo assim o fiel cumprimento da Lei
Federal n.º 4.320/64. (conforme tópico 2.1 do Relatório)
3.11.4 – Encaminhe a este Tribunal de Contas, a fim de
subsidiar futuro monitoramento, um PLANO DE AÇÃO, em prazo a ser definido pelo
Egrégio Plenário, que deverá ter como conteúdo mínimo, as informações presentes
na tabela-modelo a seguir, alertando-o sobre o prazo máximo de 90 (noventa)
dias para o cumprimento das determinações, bem como para o disposto no artigo
63, inciso IV, da Lei Complementar nº 63/90:
Tabela de ações que serão implementadas Decisão Plenária
|
Ação a ser implementada
|
Prazo para implementação
|
Responsável pela implementação
|
Citar o subitem das determinações constantes no item 3.11.3
da presente Proposta de Encaminhamento.
|
Indicar as medidas que serão tomadas, a fim de dar
cumprimento à determinação. Caso haja necessidade de várias medidas para uma
única determinação, todas as medidas deverão ser discriminadas
|
Informar a data em que as medidas estarão implementadas (o
prazo para o cumprimento integral da determinação não poderá ultrapassar a 90
(noventa) dias corridos, a contar da data de ciência da decisão plenária).
|
Indicar a pessoa responsável pela implementação das ações.
|
COMENTÁRIOS DO GESTOR – Registrar eventuais obstáculos ou
dificuldades para a implementação das medidas (inclusive quanto ao prazo) e,
ainda, outras considerações que julgar importante.
3.11.5 – Apresente os esclarecimentos quanto ao fato de
que, em diversos processos examinados não ocorreu a devida retenção do ISSQN no
momento do pagamento, conforme evidenciado no tópico 2.2 do Relatório – “2.2 –
Ocorrência de pagamentos sem a retenção do ISSQN no montante de R$47.832,72”.
3.12 - Comunicação, com fulcro no § 1º do artigo 6º da
Deliberação TCE-RJ n.º 204/96, ao Sr. André Inácio Magarão, Controlador Geral
do Município de Paraty, na forma do artigo 26 e incisos do Regimento Interno
deste Tribunal, aprovado pela Deliberação TCE-RJ n.º 167/92, para que, em
cumprimento ao disposto nos artigos 70 a 74 da Constituição Federal/88, tome
ciência das irregularidades/impropriedades apontadas no presente Relatório e
acompanhe a implementação das medidas indicadas no item 3.11.3 da presente
proposta de encaminhamento, para saneamento das mesmas.
3.13 – Ciência à 3ª Inspetoria Geral Municipal – 3ª IGM,
considerando:
- O disposto no Capítulo 2, seção B, item 10 do Manual de
Auditoria Governamental, segundo o qual “O resultado das auditorias
governamentais, independente de outras proposições e decisões plenárias, deverá
subsidiar o exame da prestação de contas”;
- que o artigo 39, incisos III e IV da Lei Complementar nº
63/90 dispõe que um dos objetivos das inspeções e auditorias é a instrução do
julgamento das contas, considerando que uns dos critérios para a regularidade
das contas é a exatidão dos demonstrativos contábeis nos termos do artigo 20,
inciso I desta mesma Lei Complementar;
- sua competência para exame das prestações de contas
previstas na Deliberação TCE 200/96, bem como para exame dos atos de encaminhamento
obrigatório previstos na Deliberação TCE nº 245/07:
3.13.1 - Quanto ao teor do presente relatório, para adoção
das providências que julgar cabíveis, quando da análise das prestações de
contas e demais processos de sua competência originados do Município de Paraty.
3.14 - Ciência à Inspetoria de Auditoria Municipal - IAM da
decisão Plenária, objetivando o futuro Monitoramento das determinações
efetuadas à Prefeitura Municipal de Paraty.”
O Ministério Público Especial, representado pelo Procurador-Geral
Horacio Machado Medeiros, à fls. 2506v, manifesta-se no mesmo sentido.
É o Relatório.
Fato é, tudo indica, que ocorreu uma série de atos de
improbidade administrativa, lesivos ao erário do Município de Paraty,
praticados por servidores públicos do Poder Executivo. Atos estes fraudulentos,
em que recursos públicos foram deliberadamente subtraídos da conta da
Prefeitura. Resta, ainda, a manifestação e identificação dos responsáveis, já
que a apuração dos fatos e a quantificação do dano já se encontram delineados
neste processo. Daí a pertinente proposta de conversão deste administrativo em
Tomada de Contas Especial.
Entendo, inclusive, dada a gravidade da situação e a apuração
que dela se fez, que esta Corte deve adotar atitude exemplar na condução da
matéria e punição aos responsáveis, tão logo estejam devidamente identificados,
de forma a inibir atitudes semelhantes em quaisquer esferas de Poder. Nesse
contexto, a sugestão de realização de nova Inspeção, agora em todos os órgãos
do Município parece-me não só bastante adequada, mas indispensável.
Apenas a título ilustrativo, como se depreende do Relatório
constante do Processo TCE-RJ nº 200.677-2/12, em anexo, que versa sobre
Denúncia encaminhada pelo próprio Prefeito do Município, o desfalque se dava da
seguinte maneira: No pagamento aos Prestadores de Serviços do Município era
retido, por exemplo, R$ 50.000,00 de Imposto sobre Serviço de Qualquer Natureza
– ISSQN. Porém, desse valor, somente era lançado, contabilmente, R$ 10.000,00.
O saldo, de R$ 40.000,00 era sacado “na boca do caixa bancário”. Os cheques
utilizados nestas operações, por sua vez, figuravam como nulos no canhoto dos
talões da Tesouraria, ou seja, o dinheiro entrava financeiramente, mas não
contabilmente, o que facilitava os desvios.
Saindo da esfera do imaginário, vale ressaltar o que ocorreu
no dia 02.09.2011. Houve o pagamento a empresa Locanty Comércio e Serviço
Ltda., empenho 22-000, no valor de R$ 798.387, 86, devendo ter sido retido R$
39.919,39, a título de ISS, no percentual de 5%. Entretanto, o aviso de crédito
relativo à receita de ISS do referido fornecedor para esta data foi de R$
24.919,39, ou seja, havendo uma diferença de exatos R$ 15.000,00. Analisando o
movimento de Tesouraria dessa data, constata-se que houve a emissão de um
cheque do Banco do Brasil (nº 851742), no valor de R$ 5.200,00. Paralelamente,
há um aviso de débito na Caixa Econômica Federal no valor de R$ 9.800,00, ambos
sem os respectivos empenhos, totalizando os exatos R$ 15,000,00 !
Somente no período de janeiro de 2010 a outubro de 2011, a
Equipe de Inspeção identificou desvios de recursos da ordem de 260.004,04
UFIR-RJ, que atualizados, nesta data, correspondem a R$ 591.561,19 (quinhentos
e noventa e um mil, quinhentos e sessenta e um reais e dezenove centavos).
Trata-se, indubitavelmente, de uma verdadeira “quadrilha”
infiltrada nas entranhas da Administração Municipal de Paraty. O tamanho do
rombo não se pode nem sequer dimensionar, o que uma Inspeção mais abrangente,
em todos os órgãos do Município, desde o exercício de 2005, com certeza, o
fará, visto que o apurado nesta Inspeção pode ter sido, apenas, a ponta do
“iceberg”.
Entendo, ainda, que as informações coletadas pela Equipe de
Inspeção, contidas no presente Relatório de Inspeção Especial, pelo princípio
da transparência e pela gravidade dos fatos que relatam, não devam seguir o
rito do procedimento sigiloso, com exceção do processo TCE-RJ nº 217.452-9/11,
já analisado em Plenário, que trata da Denúncia inicial, com o fito de
preservar o anonimato do denunciante.
A ciência da metodologia utilizada para desviar recursos
públicos, como se verificou neste processo, deve, inclusive, estar ao alcance
dos gestores públicos, como forma de alertá-los e evitar situações análogas.
Assim sendo, manifesto-me de acordo com o Corpo Instrutivo e
com o Ministério Público Especial, e
VOTO:
I - Pela CONVERSÃO do presente processo em TOMADA DE
CONTAS ESPECIAL ex offício, com fulcro no artigo 52 da Lei Complementar nº
63/90.
II - Pela CITAÇÃO do Sr. José dos Santos Pádua Filho,
Secretário de Finanças do Município de Paraty, à época dos fatos apurados neste
processo, nos termos da Lei Orgânica desta Corte em vigor, para que, no prazo
de 30 (trinta) dias, apresente razões de defesa ou recolha, solidariamente com
a Sra. Eni Correa Duarte Coelho, Tesoureira do Município de Paraty, à
época dos fatos, o débito da ordem de 260.004,04 UFIR-RJ, que, atualizado,
nesta data, corresponde a R$ 591.561,19 (quinhentos e noventa e um mil,
quinhentos e sessenta e um reais e dezenove centavos), em face do desvio de
recursos da conta da Prefeitura Municipal de Paraty, durante os exercícios de
2010 e 2011.
III - Pela CITAÇÃO da Sra. Eni Correa Duarte Coelho,
Tesoureira do Município de Paraty, à época dos fatos apurados neste processo,
nos termos da Lei Orgânica desta Corte em vigor, para que, no prazo de 30
(trinta) dias, apresente razões de defesa ou recolha, solidariamente com o Sr.
José dos Santos Pádua Filho, Secretário de Finanças do Município de Paraty, à
época dos fatos, o débito da ordem de 260.004,04 UFIR-RJ, que, atualizado,
nesta data, corresponde a R$ 591.561,19 (quinhentos e noventa e um mil,
quinhentos e sessenta e um reais e dezenove centavos), em face do desvio de
recursos da conta da Prefeitura Municipal de Paraty, durante os exercícios de
2010 e 2011.
IV – Pela NOTIFICAÇÃO da Sra. Rosangela Reinalda Ramos,
Diretora do Departamento de Contabilidade da Prefeitura Municipal de Paraty,
nos termos da Lei Orgânica desta Corte em vigor, para que, no prazo de 30
(trinta) dias, apresente razões de defesa para o fato transcrito no item 3.5 de
meu Relatório.
V - Pela NOTIFICAÇÃO do Sr. André Inácio Magarão,
Controlador Geral do Município de Paraty, nos termos da Lei Orgânica desta
Corte em vigor, para que, no prazo de 30 (trinta) dias, apresente razões de
defesa para o fato transcrito no item 3.6 de meu Relatório e para que tome
ciência das Determinações consubstanciadas no item 3.12 do citado Relatório.
VI - Pela COMUNICAÇÃO aos responsáveis pela empresa
SMARAPD Informática Ltda., localizada na Rua Aurora, 446, Vila Tibério,
Ribeirão Preto - São Paulo - CEP: 14050-100, nos termos da Lei Orgânica desta
Corte em vigor, para que, no prazo de 30 (trinta) dias, esclareça a questão levantada
no item 3.7 de meu Relatório.
VII – Pela EXPEDIÇÃO DE OFÍCIO às unidades de Auditoria
Interna do Banco do Brasil e da Caixa Econômica, para ciência e providências
cabíveis relativamente à ocorrência de diversos saques irregulares em contas
correntes da Prefeitura de Paraty nas respectivas agências localizadas naquele
município, considerando a possível inobservância à Lei Federal nº 9.613, de 3
de março de 1998 e à Circular nº 3461, de 24 de julho de 2009, do COAF -
Conselho de Controle de Atividades Financeiras, conforme tópico 2.1 do
Relatório.
VIII – Pela EXPEDIÇÃO DE OFÍCIO ao Ministério Público
do Estado do Rio de Janeiro, com cópia integral do presente relatório, para
ciência dos fatos, no que tange as providências que julgar cabíveis.
IX – Pela DETERMINAÇÃO de realização de INSPEÇÃO
EXTRAORDINÁRIA, em todos os Órgãos da Administração Municipal de Paraty, em
especial no Fundo Municipal de Saúde, considerando o período de 2005 até o
exercício em curso à época desta Decisão (com exceção do período de janeiro de
2010 a outubro de 2011 quanto à Prefeitura, por já estar abordado no presente
relatório), tendo por objeto os questionamentos consubstanciados no item 3.10
de meu Relatório.
X - Pela COMUNICAÇÃO ao atual Prefeito de Paraty, Sr.
José Carlos Porto Neto, nos termos da Lei Orgânica desta Corte em vigor, para
que, no prazo de 60 (trinta) dias, Instaure TOMADA DE CONTAS ESPECIAL,
com os fins propostos no item 3.11.1 de meu Relatório, bem como para que atenda
às Determinações consubstanciadas nos itens 3.11.2, 3.11.3, 3.11.4 e 3.11.5 do
mencionado Relatório.
XI – Pela CIÊNCIA à 3ª Inspetoria Geral Municipal – 3ª
IGM das considerações transcritas no item 3.13 de meu Relatório
XII – Pela CIÊNCIA à Inspetoria de Auditoria Municipal
- IAM da presente decisão, objetivando o futuro Monitoramento das determinações
efetuadas à Prefeitura Municipal de Paraty.
GC-2, de de 2012.
JOSÉ GOMES GRACIOSA
Conselheiro Relator
12 de jul. de 2012
Resposta referente à matéria veiculada no Jornal de Paraty
Abaixo email enviado ao Sr Luiz de Carvalho, Diretor Responsável pelo Jornal de Paraty, contendo nossa resposta e pedido de sua publicação por parte do jornal que veiculou a matéria acima.
Encaminhamos
ao Sr Luiz de Carvalho Resposta
referente à matéria veiculada em seu jornal intitulada “É Mentira – Calúnia:
Quem se responsabiliza?” no período de 28 de junho a 2 de julho, à página 5 que
gostaríamos ver publicada.
Atenciosamente
Pelo Movimento
Amamos Paraty em fase de reconhecimento
Maria Benedita Teresa - Adriana Pereira da Cruz - Messias da Silva
Paraty 11 , de julho de 2012
Em resposta ao artigo “É Mentira! –
Calúnia: Quem se responsabiliza?” publicado no Jornal de Paraty, edição 820, de
26 de junho a 2 de julho de 2012, e, assinado pela Sra Bernadete Passos
comunicamos que os nossos questionamentos partem de matéria publicada no Jornal
Folha de Paraty, pág 03, datado de 09/04/2010, subordinada ao título “Santa
Casa das Artes”o que infelizmente não mereceu da parte da referida Senhora a
mesma ânsia de resposta. Ao não ser exercido o direito de resposta pela Casa
Azul através da Sra Bernadete ou através de qualquer outro responsável
habilitado da referida OSCIP, quem somos nós para não tomar como “verdade” o que
os senhores consentem.
A ambigüidade notória dos documentos
a que tivemos legítimo acesso só reforça o nosso direito de questionarmos
intenções, transparência, legitimidade e legalidade.
Preocupe-se Sra Bernadete em
publicitar com seriedade as ações que se propõe a Associação que integra, e assim,
poupará palavras e dissabores. Com a formação curricular que invoca, e, com os
princípios morais que apregoa, seria desnecessário termos de desenvolver a
atividade que graciosamente desenvolvemos.
Pode a Senhora dizer o mesmo?
Aproveitamos para lhe perguntar se
não é mais importante revelar à população, com total clareza e transparência,
qual a intervenção da Casa Azul na Santa Casa das Artes desde o início e para os
próximos anos, em vez de questionar quem somos, pois a ser assim, parece ser a
senhora a única desconhecedora da resposta.
Aproveitamos para questionar se a
Casa Azul ambiciona ser uma extensão do Poder Executivo de Paraty? Posto isto
quem calunia e quem difama?
Quanto a “Restauração” da Praça da
Matriz vangloria-se de “sem usar um tostão de recurso municipal...”, questionamos
se o “tostão” a que se refere sendo Municipal, Estadual ou Federal não tem
sempre origem no cidadão brasileiro que paga seus impostos?
Questionar a
atuação de entidades como a que a senhora representa é sim sinônimo de “Democracia”.
Votar ao obscurantismo as referidas atuações, isto sim, nos remete para a época
funesta da “Ditadura”.
Abaixo transcrição da matéria veiculada no jornal :
Íntegra da matéria sobre a Santa Casa das Artes- publicado
no jornal “Folha de Paraty” pág 03 de 09/04/2010.
SANTA CASA DAS ARTES
Prefeitura assina termo de cooperação com a Casa Azul cedendo por 20
anos prédio público ainda em funcionamento, para desenvolver projeto cultural
sem passar pela Câmara Municipal
A Santa Casa ainda não fechou e o
novo hospital não está pronto, mas a Prefeitura Municipal de Paraty já assinou
um termo de cooperação com a Casa Azul para a realização do projeto Santa Casa
das Artes, que consiste em utilizar o espaço para a realização de atividades
culturais e artísticas. Por meio do termo a Prefeitura se compromete a destinar
o imóvel para fins culturais pelo período mínimo de 20 anos, assim como
colaborar com a realização do projeto mediante a participação da Secretaria
Municipal de Turismo e Cultura e da Secretaria Municipal de Planejamento. A
Associação Casa Azul é uma instituição
sem fins lucrativos, no entanto sua diretoria é remunerada, o que impede certos
tipos de acordos e negócios com a coisa pública. Podemos entender no edital
abaixo que a Prefeitura Municipal irá ceder o prédio da Santa Casa pelo prazo
de 20 anos a casa Azul de maneira irrevogável. O que causa estranheza é que o
termo “cessão” foi substituído por “termo de cooperação”, o que isenta tal
documento de ser aprovado pela Câmara Municipal. Causa mais estranheza ainda a
Secretaria de Turismo e Cultura com tanta verba disponível ter que entregar os
prédios públicos para a administração de terceiros. Os vereadores deveriam
solicitar ao Poder Executivo mais detalhes sobre o “termo de cooperação”
assinado, aproveitando para tornar seus termos mais claros e objetivos, para
que todos possam entender.
Matéria do jornal A Cidade |
Matéria do jornal A Cidade |
7 de jul. de 2012
PROTESTOS DOS MORADORES DA TRINDADE
Policiais Federais e agentes do Instituto Chico Mendes da
Conservação da Biodiversidade (ICMBio) realizaram, ontem, uma operação para
retirada de alguns dos quiosques da Praia do Meio, na Vila de Trindade, em
Paraty. De acordo com informações, moradores fecharam a entrada que dá acesso à
comunidade de forma que ninguém pudesse entrar ou sair do vilarejo. Mesmo
assim, os proprietários dos quiosques
retiraram seus pertences para que eles fossem demolidos.
Dezenas de pessoas participaram de uma manifestação durante a Festa
Internacional Literária de Paraty (Flip) nesta quinta-feira (5), contra
decisão judicial de demolição de quiosques na Praia do Meio, em
Trindade, que estariam em território do Parque Nacional de Bocaina. Os
moradores da área, conhecidos como caiçaras, temem que depois dos
quiosques as atingidas sejam suas moradias.
"Os limites do parque
que cobre toda a região nunca foram totalmente delimitados", afirma o
advogado Ademir Porto, representante da Associação de Moradores da Vila
de Trindade. "O fato deu brecha para que o diretor mudasse estes limites
constantemente, invadindo a região onde moram os caiçaras", acrescenta
Porto.
"Só que o diretor não tem autoridade legal para refazer ou
redimensionar estas demarcações. Ele arbitrariamente foi mudando os
limites do parque até chegar na área onde moram e trabalham os caiçaras,
em plena Praia do Meio", reclama.
Os moradores também denunciam que desde a ampliação dos limites do
parque, os sistemas de água e esgoto, e a limpeza do cemitério foram
cancelados, com alegação de que estariam dentro da região preservada.
"Muitos dos foram expulsos do litoral acabaram engrossando as favelas da
região. É isso vai acontecer aqui se não fizermos nada", afirma Estela
Oliveira, uma das atingidas.
A demolição dos quiosque, segundo o
advogado, trará "prejuízo econômico para os moradores, já que muitos
comerciantes fizeram grandes estoques de alimentos e comidas para a Flip
e não estão podendo trabalhar". Ele acusa ainda a direção do parque de
querer "fechar o acesso a praia, que é muito turística. Isso vai acabar
com a economia local, e o pior, eles não vão ser indenizados".
Segundo
os manifestantes, há ainda pressão do condomínio Laranjeiras, vizinho à
área, para eliminar as construções mais humildes e "limpar a praia" dos
moradores, na maioria de renda mais baixa. "Não é interessante ficar
com os caiçaras na frente, então a solução é sufocar o
povo economicamente, pois assim, elimina-se as suas formas de
subsistência", diz Estela.
O advogado lembra que diversas queixas
foram feitas e abertos processos individuais contra o parque. "Tivemos
uma reunião com o promotor, mas nada foi feito". Na última semana, o
Parque entrou com ação pública em Angra dos Reis contra os moradores e
conseguiu autorização do juiz para as demolições. "Depois que mudaram os
limites silenciosamente, entraram na justiça", afirmou o advogado.
O Jornal do Brasil tentou
contato com o Ibama, o Instituto Chico Mendes (ICM) e a diretoria do
Parque Nacional de Bocaina, mas não conseguiu localizá-los.
Outros conflitos
Os
conflitos envolvendo a retirada de caiçaras das praias da região não
são incomuns. Em junho, depois de muitas manifestações, a 15ª Vara Cível
do Rio de Janeiro começou a decidir se a família de Manoel de Remédios
manterá a posse da Praia de Martin de Sá, onde vive há pelos menos seis
gerações. O julgamento é o resultado de uma batalha judicial que se
arrasta há quase 14 anos. O decisão acabou adiada.
A praia fica na
Reserva Ecológica da Juatinga, criada em 1992, com o objetivo de
fomentar a cultura local e preservar o meio-ambiente. Segundo Flávia
Oliveira, advogada da ONG Verde Cidadania, o problema começou em 2000,
quando uma reforma nas leis ambientais reclassificou as regiões, mudando
as formas de preservação de cada área.
Pela nova legislação, a
reserva viraria um Parque Nacional onde é proibido qualquer tipo de
habitação. "Esta recategorização ainda não aconteceu, por isso a briga
na justiça. É importante frisar que o estilo de vida dos caiçaras é uma
cultura a ser preservada", conclui Flávia.
fonte: http://www.jb.com.br/ambiental/noticias/2012/07/05/moradores-protestam-na-flip-contra-demolicoes-em-trindade/
Revista acusa família Marinho e Camargo Correa de construir mansões em áreas de preservação
18/03/12
- 17:50
POR Andre Barcinski
POR Andre Barcinski
Reportagem
da revista norte-americana “Bloomberg Markets”, em sua edição de abril, acusa a
empreiteira Camargo Correa, a família Marinho e o cineasta Bruno Barreto, entre
outros, de construir mansões ilegais em áreas de preservação ambiental na
região de Paraty (RJ).
A
reportagem, assinada por Adriana Brasileiro, diz também que Antonio Claudio
Resende, um dos maiores acionistas da locadora de carros Localiza, construiu
uma mansão ilegal de 1752 m2 numa ilha (veja foto acima).
“Resende
está entre os muitos milionários que passam finais de semana e férias em casas
construídas em violação a leis ambientais estaduais e federais”, diz a
reportagem.
Segundo a
“Bloomberg”, membros da família Marinho, dona das Organizações Globo,
construíram uma casa de 1300 m2, com heliporto e piscina, em uma área que
deveria ser preservada, próxima à praia de Santa Rita, em Paraty.
O projeto
(veja aqui), de autoria do arquiteto Marcio
Kogan, ganhou até um prêmio da revista “Wallpaper”.
“Os ricos
usam advogados para ‘dobrar’ leis, mentem para autoridades em pedidos de alvará
de obras, destroem ilegalmente áreas preservadas e rios e privatizam praias,
contratando guardas armados para impedir visitantes”, diz a reportagem.
Outro
acusado é o cineasta Bruno Barreto. Segundo a “Bloomberg”, ele destruiu área de
preservação na Ilha do Pico, na Baía de Paraty.
“O
cineasta Bruno Barreto prometeu a um tribunal, em janeiro de 2008, que iria
demolir sua casa e devolver a área a seu estado original num prazo de dois
anos. Quatro anos depois, Barreto continua na propriedade”, afirma o texto.
REPORTAGEM ORIGINAL
Brazil’s Rich Show No Shame Building Homes in Nature Preserves
By Adriana Brasileiro - Mar 8, 2012 2:00 AM GMT-0300
Bloomberg Markets Magazine
From the sparkling, emerald-green
waters of the Atlantic off the east coast of Brazil, Cavala
Island looks like a tropical paradise of lush vegetation framed
by giant rocks. It’s also where millionaire Antonio Claudio Resende, a founder of Latin America’s largest car-rental
company, became a squatter.
There, starting in 2006, he cleared pristine jungle where wild bromeliad flowers grow to make way for a 1,752-square-meter mansion, according to the Rio de Janeiro state environmental agency. The house -- which is built partially underground and hidden by surrounding lush forest -- is visible only from above by aircraft.
Resende, 65, broke the rules that gave him the right to occupy the land on a nature preserve, not to build a large home, Brazilian federal judges found. He has been fighting civil and criminal charges against him for more than four years, filing appeals while defying court orders to demolish the house and leave, Bloomberg Markets magazine reports in its April issue.
Resende is among scores of millionaires who spend weekends and vacation time in homes built in violation of state and federal environmental rules on some of the most beautiful real estate in Brazil, Rio’s state environmental institute, INEA, found in an August 2011 report.
The squatters include movie director Bruno Barreto, who destroyed preserved land on Pico Island in Paraty Bay, prosecutors say.
Heirs to Roberto Marinho, who created Organizacoes Globo, South America’s biggest media group, built a 1,300-square-meter (14,000-square-foot) home, helipad and swimming pool in part of the Atlantic coastal forest that by law is supposed to be untouched because of its ecology.
Hollywood producers chose a Polynesian-style mansion on the Mamangua Inlet as the romantic setting for a sex scene in “The Twilight Saga: Breaking Dawn Part 1,” the fourth movie in the teen vampire series. The house was built by millionaire squatter Icaro Fernandes, an executive in the food distribution industry.
All Brazilian beaches are public by law. Wealthy Brazilians do whatever they want on land that often doesn’t belong to them, says Eduardo Godoy of the Paraty office of the Chico Mendes Institute for Biodiversity Conservation, or ICMBio, which manages federally protected areas.
Fernandes declined to comment. Rogerio Zouein, his lawyer, admitted that Fernandes had built a house without a license. Zouein told prosecutors in April 2011 that Fernandes would restore 95 percent of his property to its original condition if he could stay in the home. Prosecutors were evaluating the request as of early March.
That court response is a common way that many of the wealthy squatters use to handle judges’ orders. They typically don’t deny they’ve harmed the environment and instead pledge to undo the damage. After that, they take no action.
As the wealthy in Brazil get richer from the fastest economic growth there in more than two decades, the unlawful use of public land is increasing in nature preserves, says Godoy, whose federal environmental agency in Paraty, a 17th-century colonial town about 250 kilometers (155 miles) south of Rio de Janeiro, faces a bay filled with illegally occupied islands.
Squatters have chosen to reside in the Cairucu, Juatinga and Tamoios conservation areas, in forests and on islands, with rivers, waterfalls and beaches where sea turtles nest. The rich use attorneys to dodge laws, lie to authorities on construction permit requests, illegally destroy preserved land and rivers and privatize beaches by hiring armed security guards to keep out visitors, Godoy says.
Law enforcers and judges pushing to remove squatters from nature preserves have little clout, says Fernando Amorim Lavieri, a federal prosecutor who spent three years in the Paraty area. Rich Brazilians can get away with almost anything, Lavieri says.
Brazil’s economy, fueled by a credit surge and booming exports during the past decade, has boosted the value of assets, including real estate, stocks, bonds and commodities, thereby creating 19 new millionaires every day in a country of 190 million people, according to the 2010 World Wealth Report by Capgemini SA (CAP) and Bank of America Merrill Lynch.
Brazilians have a collective net worth of $890 billion, or 39 percent of all individual assets in South America, according to a November 2011 report by Wealth-X, a Singapore-based research firm.
Squatters take advantage of loopholes in the laws, Lavieri says. Starting in 1983, the federal government enacted laws to preserve the regions of Paraty and nearby Angra dos Reis because rare species at risk of extinction inhabit them. Local statutes allow some people to live there because indigenous fishing families have been in now-preserved areas for generations.
“If they don’t follow the rules, the government can revoke their right to occupy the land and order them to demolish whatever they built,” says Jose Olimpio Augusto Morelli, an environmental analyst who heads the office of Ibama, Brazil’s federal environmental agency, in Angra dos Reis.
Ibama ordered Resende to tear down the house he was building on Cavala Island.
In March 2008, federal police, Ibama and state government agents raided Cavala from two speedboats and found the hidden paradise. In that raid, Morelli says, he saw two huge machines that Resende used to excavate more than 2,000 square meters of earth to hide his mansion below the tree line.
“I saw a fireplace big enough to fit a car, and there were huge piles of marble everywhere, waiting to be placed on the floors and walls,” Morelli says.
Prosecutors sued Resende in a civil case in August 2008, saying he had violated environmental rules.
Resende paid 4.8 million reais ($2.8 million) in November 2005 to AC Lobato Engenharia SA, an engineering company based in Angra dos Reis that had previously owned the right to occupy the land, according to a federal police investigation.
Resende has been appealing the civil and criminal accusations. He said in a court-filed response that federal judges shouldn’t rule on the case because the Tamoios conservation area was created by a state decree. Sergio Rosenthal, his lawyer, said in court that Resende doesn’t know anything about fraud or forged documents.
The property, in the 8,000-hectare (19,800-acre) Juatinga ecological preserve, is protected because it’s home to the only tropical fjord in South America. The spot is flanked by mountains covered with virtually untouched forest where monkeys, anteaters and jaguars live.
Fernandes constructed a two-story, 666-square-meter home on the beach, prosecutors say in a civil court case against him. The 15-room house has wooden shutters and glass-panel windows on the ground floor. A guesthouse and a housekeeper’s chalet sit up a hill.
A court ordered Fernandes in 2004 to stop construction, and he didn’t. Since then, he’s been appealing judicial demands to tear down the house he completed and restore the land to its original state, according to a September 2011 report by ICMBio.
Paul Pflug, a spokesman for Summit Entertainment Corp., (SUET) says the company isn’t aware of prosecutor accusations regarding the property where it filmed Breaking Dawn.
Most millionaires register properties in the names of holding companies, allowing them to pay lower taxes and making it more difficult for the government to know who’s responsible for environmental crimes, says Ricardo Martins, a federal prosecutor. Often, the companies are controlled by other companies based in tax havens.
Without permits, the family in 2008 built a modernist home between two wide, independent concrete blocks sheathed in glass, Barros says. The Marinho home has won several architectural honors, including the 2010 Wallpaper Design Award.
The Marinhos added a swimming pool on the public beach and cleared protected jungle to make room for a helipad, says Barros, who participated in a raid of the property as part of the federal prosecutors office’s lawsuit against construction on the land.
“This one house provides examples of some of the most serious environmental crimes we see in the region,” Barros says. “A lot of people say the Marinhos rule Brazil. The beach house shows the family certainly thinks they are above the law.”
Their lawyer, Corina Tarcila de Oliveira Resende, who’s not related to Antonio Claudio Resende, declined to comment.
Barreto built his dream house on an island 15 kilometers from the Marinho compound. The film director has no right to use the land, police say. Prosecutors charged Barreto in February 2006 with illegally clearing protected forest in an area that belongs to Brazil’s navy.
A September 2008 inspection by ICMBio found that Barreto had built a 450-square-meter mansion on top of rocks that surround the island -- a crime because the area is protected as a breeding ground for several species, ICMBio’s Godoy says.
Barreto, who was married to actress Amy Irving and who directed “View From the Top” starring Gwyneth Paltrow and “Carried Away” with Dennis Hopper, hasn’t made good on his 2008 court promise to demolish the house. He and his lawyers, Arthur Lavigne and Fernanda Silva Telles, didn’t reply to requests for comment.
He’s married to billionaire Rosana Camargo de Arruda Botelho. Regina de Camargo Pires Oliveira Dias, Rosana’s sister, owns Regimar. The family built a luxury compound in the Cairucu nature preserve, according to reports by Ibama. In October 2011, the family illegally built two 700-square-meter houses, adding to the already unauthorized construction, Barros says.
In June 2010, the beach was the venue for the wedding of Fernando Augusto Camargo de Arruda Botelho, Fernando Botelho’s son. About 800 guests attended.
“These actions are proof that they completely disregard the law, they take ownership of natural resources and believe their rights are greater than the rights of everybody else,” prosecutor Lavieri says.
As environmental investigator Morelli gets ready in his office for another boat raid one sunny January morning, he admires the beautiful islands and forests he sees from his windows. He says he dreams of a day when rich Brazilians will set the example of how to do things right. Until then, he says, money will continue to be more powerful than the law.
Editors: Jonathan Neumann, Gail Roche
To contact the reporter on this story: Adriana Brasileiro in Rio de Janeiro at abrasileiro@bloomberg.net.
To contact the editor responsible for this story: Jonathan Neumann at jneumann2@bloomberg.net
There, starting in 2006, he cleared pristine jungle where wild bromeliad flowers grow to make way for a 1,752-square-meter mansion, according to the Rio de Janeiro state environmental agency. The house -- which is built partially underground and hidden by surrounding lush forest -- is visible only from above by aircraft.
Resende, 65, broke the rules that gave him the right to occupy the land on a nature preserve, not to build a large home, Brazilian federal judges found. He has been fighting civil and criminal charges against him for more than four years, filing appeals while defying court orders to demolish the house and leave, Bloomberg Markets magazine reports in its April issue.
Resende is among scores of millionaires who spend weekends and vacation time in homes built in violation of state and federal environmental rules on some of the most beautiful real estate in Brazil, Rio’s state environmental institute, INEA, found in an August 2011 report.
The squatters include movie director Bruno Barreto, who destroyed preserved land on Pico Island in Paraty Bay, prosecutors say.
Beachfront Compounds
Others, such as the family that controls multinational construction giant Camargo Correa SA, received government permission to build small houses in a nature preserve -- and instead constructed beachfront compounds.Heirs to Roberto Marinho, who created Organizacoes Globo, South America’s biggest media group, built a 1,300-square-meter (14,000-square-foot) home, helipad and swimming pool in part of the Atlantic coastal forest that by law is supposed to be untouched because of its ecology.
Hollywood producers chose a Polynesian-style mansion on the Mamangua Inlet as the romantic setting for a sex scene in “The Twilight Saga: Breaking Dawn Part 1,” the fourth movie in the teen vampire series. The house was built by millionaire squatter Icaro Fernandes, an executive in the food distribution industry.
All Brazilian beaches are public by law. Wealthy Brazilians do whatever they want on land that often doesn’t belong to them, says Eduardo Godoy of the Paraty office of the Chico Mendes Institute for Biodiversity Conservation, or ICMBio, which manages federally protected areas.
‘Not What the Law Says’
“They think they are the only ones who deserve to enjoy a piece of paradise because they are rich,” Godoy says. “They say they are the owners of the island or the beach, and everybody believes them. But that’s not what the law says.”Fernandes declined to comment. Rogerio Zouein, his lawyer, admitted that Fernandes had built a house without a license. Zouein told prosecutors in April 2011 that Fernandes would restore 95 percent of his property to its original condition if he could stay in the home. Prosecutors were evaluating the request as of early March.
That court response is a common way that many of the wealthy squatters use to handle judges’ orders. They typically don’t deny they’ve harmed the environment and instead pledge to undo the damage. After that, they take no action.
Broken Promise
Film director Barreto promised in court in January 2008 that he would demolish his house and put the area back to its original state within two years. Four years later, Barreto remains on the property, having left it intact, prosecutors say. Barreto, who is appealing government complaints again him, declined to comment.As the wealthy in Brazil get richer from the fastest economic growth there in more than two decades, the unlawful use of public land is increasing in nature preserves, says Godoy, whose federal environmental agency in Paraty, a 17th-century colonial town about 250 kilometers (155 miles) south of Rio de Janeiro, faces a bay filled with illegally occupied islands.
Squatters have chosen to reside in the Cairucu, Juatinga and Tamoios conservation areas, in forests and on islands, with rivers, waterfalls and beaches where sea turtles nest. The rich use attorneys to dodge laws, lie to authorities on construction permit requests, illegally destroy preserved land and rivers and privatize beaches by hiring armed security guards to keep out visitors, Godoy says.
Law enforcers and judges pushing to remove squatters from nature preserves have little clout, says Fernando Amorim Lavieri, a federal prosecutor who spent three years in the Paraty area. Rich Brazilians can get away with almost anything, Lavieri says.
‘Drag On’
“The law is the same for the poor and the rich, but the rich have the best lawyers,” he says. “Lawsuits against them drag on in court for years.”Brazil’s economy, fueled by a credit surge and booming exports during the past decade, has boosted the value of assets, including real estate, stocks, bonds and commodities, thereby creating 19 new millionaires every day in a country of 190 million people, according to the 2010 World Wealth Report by Capgemini SA (CAP) and Bank of America Merrill Lynch.
Brazilians have a collective net worth of $890 billion, or 39 percent of all individual assets in South America, according to a November 2011 report by Wealth-X, a Singapore-based research firm.
Squatters take advantage of loopholes in the laws, Lavieri says. Starting in 1983, the federal government enacted laws to preserve the regions of Paraty and nearby Angra dos Reis because rare species at risk of extinction inhabit them. Local statutes allow some people to live there because indigenous fishing families have been in now-preserved areas for generations.
‘Follow the Rules’
Everyone who buys a right to a property in a conservation area must follow strict limits on what they can build, if they’re allowed to build at all.“If they don’t follow the rules, the government can revoke their right to occupy the land and order them to demolish whatever they built,” says Jose Olimpio Augusto Morelli, an environmental analyst who heads the office of Ibama, Brazil’s federal environmental agency, in Angra dos Reis.
Ibama ordered Resende to tear down the house he was building on Cavala Island.
Forged Documents
Federal prosecutors charged Resende, vice chairman and the largest shareholder of Localiza Rent a Car SA, with fraud and environmental crime in November 2007. Resende had filed forged documents in seeking permits to build his mansion on Cavala Island, according to the criminal charges.In March 2008, federal police, Ibama and state government agents raided Cavala from two speedboats and found the hidden paradise. In that raid, Morelli says, he saw two huge machines that Resende used to excavate more than 2,000 square meters of earth to hide his mansion below the tree line.
“I saw a fireplace big enough to fit a car, and there were huge piles of marble everywhere, waiting to be placed on the floors and walls,” Morelli says.
Prosecutors sued Resende in a civil case in August 2008, saying he had violated environmental rules.
Resende paid 4.8 million reais ($2.8 million) in November 2005 to AC Lobato Engenharia SA, an engineering company based in Angra dos Reis that had previously owned the right to occupy the land, according to a federal police investigation.
Resende has been appealing the civil and criminal accusations. He said in a court-filed response that federal judges shouldn’t rule on the case because the Tamoios conservation area was created by a state decree. Sergio Rosenthal, his lawyer, said in court that Resende doesn’t know anything about fraud or forged documents.
Only Tropical Fjord
On the other side of Paraty Bay, Icaro Fernandes, owner of Rhino Participacoes & Distribuidora de Alimentos Ltda., a Sao Paulo-based wholesale food distributor, bought a 400,000-square- -meter piece of land in 2003 on Praia da Costa beach on the Mamangua Inlet.The property, in the 8,000-hectare (19,800-acre) Juatinga ecological preserve, is protected because it’s home to the only tropical fjord in South America. The spot is flanked by mountains covered with virtually untouched forest where monkeys, anteaters and jaguars live.
Fernandes constructed a two-story, 666-square-meter home on the beach, prosecutors say in a civil court case against him. The 15-room house has wooden shutters and glass-panel windows on the ground floor. A guesthouse and a housekeeper’s chalet sit up a hill.
Fernandes Sued
Federal prosecutors sued Fernandes in November 2004 for not obtaining an environmental license to build. He had cut down parts of the protected forest, filled in a stream and removed coastal vegetation, federal prosecutor Patricia Venancio wrote in a Jan. 3, 2006, report.A court ordered Fernandes in 2004 to stop construction, and he didn’t. Since then, he’s been appealing judicial demands to tear down the house he completed and restore the land to its original state, according to a September 2011 report by ICMBio.
Paul Pflug, a spokesman for Summit Entertainment Corp., (SUET) says the company isn’t aware of prosecutor accusations regarding the property where it filmed Breaking Dawn.
Most millionaires register properties in the names of holding companies, allowing them to pay lower taxes and making it more difficult for the government to know who’s responsible for environmental crimes, says Ricardo Martins, a federal prosecutor. Often, the companies are controlled by other companies based in tax havens.
Modernist Home
That’s the case with the Marinho media family. The Marinhos broke environmental laws by building a 1,300-square-meter mansion just off Santa Rita beach, near Paraty, says Graziela Moraes Barros, an inspector at ICMBio.Without permits, the family in 2008 built a modernist home between two wide, independent concrete blocks sheathed in glass, Barros says. The Marinho home has won several architectural honors, including the 2010 Wallpaper Design Award.
The Marinhos added a swimming pool on the public beach and cleared protected jungle to make room for a helipad, says Barros, who participated in a raid of the property as part of the federal prosecutors office’s lawsuit against construction on the land.
“This one house provides examples of some of the most serious environmental crimes we see in the region,” Barros says. “A lot of people say the Marinhos rule Brazil. The beach house shows the family certainly thinks they are above the law.”
Armed Guards
Two security guards armed with pistols patrol the land, shooing away anyone who tries to use the public beach, she says. A federal judge in November 2010 ordered the family to tear down the house and all other buildings in the area. The Marinhos were appealing that ruling as of early March.Their lawyer, Corina Tarcila de Oliveira Resende, who’s not related to Antonio Claudio Resende, declined to comment.
Barreto built his dream house on an island 15 kilometers from the Marinho compound. The film director has no right to use the land, police say. Prosecutors charged Barreto in February 2006 with illegally clearing protected forest in an area that belongs to Brazil’s navy.
A September 2008 inspection by ICMBio found that Barreto had built a 450-square-meter mansion on top of rocks that surround the island -- a crime because the area is protected as a breeding ground for several species, ICMBio’s Godoy says.
Barreto, who was married to actress Amy Irving and who directed “View From the Top” starring Gwyneth Paltrow and “Carried Away” with Dennis Hopper, hasn’t made good on his 2008 court promise to demolish the house. He and his lawyers, Arthur Lavigne and Fernanda Silva Telles, didn’t reply to requests for comment.
Billionaire Compound
The owners of Camargo Correa (CCIM3), Brazil’s largest construction conglomerate, also built on preserved land, Barros says. Agropecuaria & Comercial Conquista Ltda. and Regimar Comercial SA own the land. Fernando de Arruda Botelho is the owner of Agropecuaria.He’s married to billionaire Rosana Camargo de Arruda Botelho. Regina de Camargo Pires Oliveira Dias, Rosana’s sister, owns Regimar. The family built a luxury compound in the Cairucu nature preserve, according to reports by Ibama. In October 2011, the family illegally built two 700-square-meter houses, adding to the already unauthorized construction, Barros says.
In June 2010, the beach was the venue for the wedding of Fernando Augusto Camargo de Arruda Botelho, Fernando Botelho’s son. About 800 guests attended.
Contradictory and Confusing
Fernando Botelho declined to comment. Regimar executive director Jose Sampaio Correa says the company obtained the required licenses for construction. He says environmental rules in conservation areas are sometimes contradictory and confusing. Brazil’s bureaucracy often makes it difficult to comply with the laws, he says.“These actions are proof that they completely disregard the law, they take ownership of natural resources and believe their rights are greater than the rights of everybody else,” prosecutor Lavieri says.
As environmental investigator Morelli gets ready in his office for another boat raid one sunny January morning, he admires the beautiful islands and forests he sees from his windows. He says he dreams of a day when rich Brazilians will set the example of how to do things right. Until then, he says, money will continue to be more powerful than the law.
Editors: Jonathan Neumann, Gail Roche
To contact the reporter on this story: Adriana Brasileiro in Rio de Janeiro at abrasileiro@bloomberg.net.
To contact the editor responsible for this story: Jonathan Neumann at jneumann2@bloomberg.net
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